domingo, 22 de dezembro de 2013

SAMBA DA CRIOULA DOIDA

( apartidária, apolítica, porém "não cega" ) 

Quero deixar bem claro minha posição, antes de ser taxada, rotulada e empacotada pra viagem por "amigos" nem tão tão "amigos", enfim...
Não sou "socialista". Não sou "comunista". Não sou filiada a nenhum partido e não faço "política"!
Não me coloquem rótulos porque isso me deixa no revolt!
Sou apenas uma cidadã brasileira, com origens mineiras, nascida, por acidente de percurso, no Estado do Rio de Janeiro, criada na cidade do Rio de Janeiro, mas nunca deixando de ser "mineira" com muito orgulho, carioca com muito amor, mas, acima de tudo, BRASILEIRA.
E, como cidadã "brasileira" pertenço ao país inteiro e sei que o Nordeste e o Norte fazem parte do mapa do Brasil, como o sul e o centro-oeste...
Muita gente boa não sabe disso e se sente superior por morar no centro do mapa.
Não se é melhor em nada por morar aqui ou acolá, somos todos iguais em brasilidade e amor a Pátria [a minha com P maiúsculo, por favor!].
Posto isso, vamos em frente...
Pela minha "qualidade" de brasileira tudo o que quero é o bem do meu país, é ver leis respeitadas, é ver a Constituição não ser manchada, a cada emenda, pra ficar mais "governável".
Quero ver um país decente, direito, onde os homens públicos se envergonhem, e se redimam se, porventura, falharem no quesito ética. Afinal ser humano falha, mas pode, e deve, fazer um exame de consciência, um mea culpa, e retomar a direção certa.
Injusto é ver, no estado do RJ, o transporte, já tão sucateado, sumindo das ruas, visível diminuição do n° de ônibus circulando, táxis raros, metrô dando piti, trens em péssimas condições e com horários de saída esticado ao infinito. Enquanto autoridades, com seus parentes, amigos e cães, voam por cima de nossas cabeças.
Injusto é ver um Hospital Público, do porte do Pedro II, recém reinaugurado com pompa e circunstância, deixar uma idosa, na calada da noite, cair de maca sem proteção, e não ter a família informada imediatamente. Só foi descoberta a queda por um familiar que estranhou curativo na testa e o retirou, descobrindo os sombrios pontos cirúrgicos.
E esse é só um exemplo pra não ficar repetitiva.
Injusto é ver crianças que amo, necessitadas de ensino público, "passar" de ano, sem ter assimilado o conteúdo da série anterior, por falta de professores, por falta de estrutura nas escolas, por falta de salários decentes para os mestres - classe imprescindível, ninguém pode abrir mão desse profissional, de servente a presidente todos tiveram os seus!
Injusto é ver aposentados com salário que não chega ao fim do mês, sem poder comprar seus próprios remédios, vivendo de esmolas de filhos, amigos, vizinhos, porque assistência social inexiste. E se inexiste "se deve", "se pode" e "se faz urgente" a melhora dos proventos de quem já deu suor e juventude, aturando, muitas vezes, humilhações e condições precárias de trabalho.
Injusto é ver a segurança do estado, que deveria, em tese, defender o cidadão de bem, atirando bombas de efeito a-moral, balas de borracha, algumas de verdade - dependendo da ocasião e do "grau de periculosidade" de gente já pra lá de estressada - enfiando o cassetete em peitos, costas e cabeças de quem paga seu salário : O povo!
Injusto é ver nossos impostos servindo pra forrar bolso e carteira, numa divisão indecente do festim, de políticos sem a mínima noção de quem o empregou com o voto. Que os mais espertos se fartem, pois os que estão chegando agora aprendem rapidinho.
Injusto é ver os políticos votando aumento dos seus proventos em percentuais absurdamente pra cima e pro alto, enquanto votam os do povo pra baixo, rolando ribanceira. Ver o valor do salário mínimo [em 2013 : R$ 678,00 / Decreto 7.872/2012] não dar nem para pagar aluguel de casa com rede de esgoto, muito menos o essencial como comida, remédio, roupa. E riem nas nossas caras, e fazem discurso em rede oficial nos contando histórias da carochinha.
Injusto é ver isso tudo e não poder ir as ruas dizer :
"Olha eu entendi o que vocês estão fazendo com o país, com o povo. Entendi o tamanhão do rombo. Entendi a política de sucatear hospitais, importar médicos, empurrar a saúde com a barriga para que eu, pobre, morra mais rápido. Entendi que me preferem sem escolaridade e calado.
Entendi que o meu salário é o que menos lhes importa. Entendi que pra fazer estradas vocês tem que derrubar minha casa, que está atravancando o caminho, e só podem pagar um valor muito abaixo do que ela vale e entendi que ou aceito ou a vejo derrubada com meus pertences e documentos ainda morando nela. Entendi que o progresso não precisa de mim, sou descartável.
Entendi direitinho e estou aqui, nas ruas pedindo para que os senhores tenham ética, transparência e - quem sabe? - um pouco de piedade!"
Agora, depois de desenhar esse texto, os senhores entenderam alguma coisa ou me acharam doida de pedra?
Quanto aos amigos, que sei que sabem quem são, lá do primeiro parágrafo -lembram? - que me rotularam com nomes esdrúxulos [que nem sei o que querem dizer na verdade, por ser cidadã apartidária, apolítica, porém "não cega"] peço a delicadeza, me retirem os rótulos antes que eu, num ataque de fúria digno de grandes produções cinematográficas, mande todos para um lugar onde damas não entram.


[elza fraga]
Pedindo ética, moralidade (sinônimos?) e respeito ao povo nesse Natal. Que o aniversariante olhe por nós.

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