domingo, 22 de dezembro de 2013

SOU [OU NÃO SOU] PROFESSORA



Este mundo é engraçado, passei grande parte da vida corrigindo uma lenda, que quase vira realidade [ou virou!] em cabeças amigas : Eu não sou professora, de nada!
Nem no ensino tradicional, nem no paralelo, rs.
Sou contadora de histórias e, por acaso, escrevo algumas das histórias que conto.
Talvez pelo fato de ter dividido espaços de contação com número significativo de professores, ter o meu círculo de amizades formado por uma enorme quantidade deles, respeitar esta profissão como a "Cellular Mater" de todas as outras e os saber contadores também por prática da profissão; a confusão foi instalada e por mais que eu desminta, mais cresce o "boato" - do bem, mas boato.
Hoje, saindo do centro comercial, me deparo com um rapaz, que frequenta praticamente os mesmos ambientes que eu, faz trabalhos na área de contação e estamos sempre nos esbarrando por aí. E ele me vem com um sorriso de quem sabe exatamente o que faço, me dá um enorme abraço, e manda a célebre:
Como vai o coração, professora?
Não desmenti, até porque pela cara dele me pareceu que já foi meu aluno, não nesta, mas quem sabe numa outra vida?
A conversa girou em torno de seu último grande feito, acabou de se formar em medicina, me deu crédito por ter conseguido e ainda se colocou a minha disposição para o que precisar.
Ao nos despedirmos senti uma vontade enorme de consertar, mais uma vez, o equívoco, mas desisti ao olhar seu olhinho brilhando, me achando um pouco responsável pelo seu sucesso. Não quis decepcioná-lo!
Seria um crime arrancar um sorriso tão farto do rosto de alguém.
E talvez perdesse toda a energia do abraço recebido.
Deixei passar, que mal poderia ter o "fato" de continuar morando como "sua professora" nas memórias que ele guardou com carinho?
Prometo a todos, na próxima venho professor(a).
Ainda não sei de que, não decidi em que matéria vou me especializar quando crescer [na vida vindoura].
Ah, mas que venho preparadinha pra dar aula, isso venho,
me aguardem, 'meus' alunos queridos.

[elza fraga]

AINDA ESTAMOS À DERIVA


[ou pode ser...]

Saindo agora de qualquer debate político por ter opiniões.
Ninguém entende ninguém, e todos querem ter razão.
São muitas bandeiras para pouco diálogo e vontade política.
Na hora em que tudo parece fugir de controle se espera mesmo que as promessas viáveis, ou não tanto, pipoquem. É da lei!
E se me retiro é:
Por "pensar" que sei separar o que é viável da fantasia.
Por "pensar" que sei o que é promessa vazia, com o intuito apenas de ganhar tempo.

Pode ser que esteja errada...
Pode ser que esteja certa e isso não vá dar em nada...

Pode ser que a educação pública no país continue sendo o que se vê, e, os que podem, continuem no sistema privado.
Pode ser que os que não podem se sacrifiquem, mais ainda, e mudem, de mala e cuia, pro ensino pago.

Pode ser que a saúde pública continue "internando" pacientes em cadeiras, nos corredores cheios, enquanto quem pode tem saúde privada.
Pode ser que os usuários do sistema público sangrem, mais ainda, mesa, vestuário e essenciais, e paguem planos de saúde duvidosos.
Tudo pode nesse cenário conturbado.

Só o tempo vai mostrar qual o rumo,
e vai separar o que foi prometido para acalmar os ânimos,
do que foi prometido porque se sabe justo,
se é que existe consciência de justiça entre os que seguram o leme.

Foi um prazer bater boca, ops, bater teclas.
Cansei, faz tempo, de dar murro em ponta de faca e não quero empurrar a minha opinião goela abaixo de ninguém, mas também não quero engolir a
pílula amarga dos descrentes de tudo, nem a homeopatia docinha dos incuráveis otimistas.
Estou tentando ficar centrada, observadoramente, e só!

SAMBA DA CRIOULA DOIDA

( apartidária, apolítica, porém "não cega" ) 

Quero deixar bem claro minha posição, antes de ser taxada, rotulada e empacotada pra viagem por "amigos" nem tão tão "amigos", enfim...
Não sou "socialista". Não sou "comunista". Não sou filiada a nenhum partido e não faço "política"!
Não me coloquem rótulos porque isso me deixa no revolt!
Sou apenas uma cidadã brasileira, com origens mineiras, nascida, por acidente de percurso, no Estado do Rio de Janeiro, criada na cidade do Rio de Janeiro, mas nunca deixando de ser "mineira" com muito orgulho, carioca com muito amor, mas, acima de tudo, BRASILEIRA.
E, como cidadã "brasileira" pertenço ao país inteiro e sei que o Nordeste e o Norte fazem parte do mapa do Brasil, como o sul e o centro-oeste...
Muita gente boa não sabe disso e se sente superior por morar no centro do mapa.
Não se é melhor em nada por morar aqui ou acolá, somos todos iguais em brasilidade e amor a Pátria [a minha com P maiúsculo, por favor!].
Posto isso, vamos em frente...
Pela minha "qualidade" de brasileira tudo o que quero é o bem do meu país, é ver leis respeitadas, é ver a Constituição não ser manchada, a cada emenda, pra ficar mais "governável".
Quero ver um país decente, direito, onde os homens públicos se envergonhem, e se redimam se, porventura, falharem no quesito ética. Afinal ser humano falha, mas pode, e deve, fazer um exame de consciência, um mea culpa, e retomar a direção certa.
Injusto é ver, no estado do RJ, o transporte, já tão sucateado, sumindo das ruas, visível diminuição do n° de ônibus circulando, táxis raros, metrô dando piti, trens em péssimas condições e com horários de saída esticado ao infinito. Enquanto autoridades, com seus parentes, amigos e cães, voam por cima de nossas cabeças.
Injusto é ver um Hospital Público, do porte do Pedro II, recém reinaugurado com pompa e circunstância, deixar uma idosa, na calada da noite, cair de maca sem proteção, e não ter a família informada imediatamente. Só foi descoberta a queda por um familiar que estranhou curativo na testa e o retirou, descobrindo os sombrios pontos cirúrgicos.
E esse é só um exemplo pra não ficar repetitiva.
Injusto é ver crianças que amo, necessitadas de ensino público, "passar" de ano, sem ter assimilado o conteúdo da série anterior, por falta de professores, por falta de estrutura nas escolas, por falta de salários decentes para os mestres - classe imprescindível, ninguém pode abrir mão desse profissional, de servente a presidente todos tiveram os seus!
Injusto é ver aposentados com salário que não chega ao fim do mês, sem poder comprar seus próprios remédios, vivendo de esmolas de filhos, amigos, vizinhos, porque assistência social inexiste. E se inexiste "se deve", "se pode" e "se faz urgente" a melhora dos proventos de quem já deu suor e juventude, aturando, muitas vezes, humilhações e condições precárias de trabalho.
Injusto é ver a segurança do estado, que deveria, em tese, defender o cidadão de bem, atirando bombas de efeito a-moral, balas de borracha, algumas de verdade - dependendo da ocasião e do "grau de periculosidade" de gente já pra lá de estressada - enfiando o cassetete em peitos, costas e cabeças de quem paga seu salário : O povo!
Injusto é ver nossos impostos servindo pra forrar bolso e carteira, numa divisão indecente do festim, de políticos sem a mínima noção de quem o empregou com o voto. Que os mais espertos se fartem, pois os que estão chegando agora aprendem rapidinho.
Injusto é ver os políticos votando aumento dos seus proventos em percentuais absurdamente pra cima e pro alto, enquanto votam os do povo pra baixo, rolando ribanceira. Ver o valor do salário mínimo [em 2013 : R$ 678,00 / Decreto 7.872/2012] não dar nem para pagar aluguel de casa com rede de esgoto, muito menos o essencial como comida, remédio, roupa. E riem nas nossas caras, e fazem discurso em rede oficial nos contando histórias da carochinha.
Injusto é ver isso tudo e não poder ir as ruas dizer :
"Olha eu entendi o que vocês estão fazendo com o país, com o povo. Entendi o tamanhão do rombo. Entendi a política de sucatear hospitais, importar médicos, empurrar a saúde com a barriga para que eu, pobre, morra mais rápido. Entendi que me preferem sem escolaridade e calado.
Entendi que o meu salário é o que menos lhes importa. Entendi que pra fazer estradas vocês tem que derrubar minha casa, que está atravancando o caminho, e só podem pagar um valor muito abaixo do que ela vale e entendi que ou aceito ou a vejo derrubada com meus pertences e documentos ainda morando nela. Entendi que o progresso não precisa de mim, sou descartável.
Entendi direitinho e estou aqui, nas ruas pedindo para que os senhores tenham ética, transparência e - quem sabe? - um pouco de piedade!"
Agora, depois de desenhar esse texto, os senhores entenderam alguma coisa ou me acharam doida de pedra?
Quanto aos amigos, que sei que sabem quem são, lá do primeiro parágrafo -lembram? - que me rotularam com nomes esdrúxulos [que nem sei o que querem dizer na verdade, por ser cidadã apartidária, apolítica, porém "não cega"] peço a delicadeza, me retirem os rótulos antes que eu, num ataque de fúria digno de grandes produções cinematográficas, mande todos para um lugar onde damas não entram.


[elza fraga]
Pedindo ética, moralidade (sinônimos?) e respeito ao povo nesse Natal. Que o aniversariante olhe por nós.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

VERDADES...



Por mais que se ame uma pessoa, de coração, alma e verdade, se importe com ela e tente lhe mostrar caminhos menos duros. 
Por mais que se tenha certeza que a experiência adquirida está dando a visão do todo e, que de fora da situação, existe mais amplitude, ângulo mais aberto, pra enxergar o sofrimento que está por vir. 
Por mais que se saiba que sofreremos junto, vendo afetos queridos pagando por suas escolhas.

Aprendi, tarde demais, que o melhor é o silêncio. É a omissão. É o não tentar alertar ou interferir. 
Não se pode retirar o que está na trilha alheia por destino, escolha, ou carma.
É deixar que a vida siga o curso natural, mesmo que isso nos entorte a alma. 
Cada um tem o direito as suas semeaduras, e o bônus ou o ônus por cada uma delas, na hora da colheita
E aprendi também que não é só calar, existe a hora de sair de cena, se poupar de acompanhar uma dor que vai vibrar em cada corda dum coração já tão combalido.
A saudade vai ser dura de suportar, mas será menos danosa que o estrago dos espinhos cravados, vagarosamente.
Melhor morte súbita que se ir morrendo um pouco a cada dia, largando tecidos necrosados e fétidos pelos caminhos trilhados.
Prefiro seguir vivendo até que a morte me surpreenda, que seguir morrendo, todos os dias, até o dia final.
[elza fraga]

"Não crie sofrimento
Pratique virtude
Seja senhor de sua mente"
[Bhuda]



QUANDO SE SABE MAIS DE 'A' DO QUE DE 'B'



Quando uma pessoa, qualquer pessoa, senta com você [e esse você é genérico!] para falar da vida de quem quer que seja, e você escuta, e você acredita, e você se assusta, e você leva o assunto a terceiros, quartos e quintos, fazendo uma corrente de maledicência, mesmo sem se dar conta do fato, mesmo sem malícia, apenas ouviu, acreditou e expandiu; 
você não se ateve ao fator mais importante nesse tipo de 'evento': 
O especialista em vidas alheias!

Se parasse pra pensar alguns minutos sobre o 'escutado', perceberia que soube bem mais de quem lhe falou do outro, do que do outro propriamente dito. Principalmente se quem foi o alvo do falatório nunca lhe separou de grupos, ou bateu na sua porta, para lhe dar o último boletim informativo da vida de quem quer que seja. 

Você descobriu, se parou para meditar os minutinhos indicados, que quem lhe levou fatos tem o péssimo hábito da maledicência [e aí entra inclusive fatos verídicos, pois a vida dos outros pertence aos seus donos, seja verdade ou seja mentira, qualquer informação a respeito de terceiros, que não estão presentes, demonstra o péssimo caráter de quem faz o feio papel de rádio corredor nessa vida já tão complicada]. Descobriu também que quem fala de quem está ausente, falará, com toda a certeza, de você, na sua ausência, pois maledicência é vício que precisa de muita força de vontade para ser combatido. Quem pode garantir que quem leva 'a' você não levará 'de' você?... Assuma o risco então e bola pra frente!

Descobriu também, além da maledicência, a inveja embutida, o despeito, o ressentimento disfarçado no "olha, menina, você não sabe da última!"

Quem conta fatos [ou - criativo - inventa], e enche a boca pra ruminar e vomitar vidas alheias, precisa de piedade, tratamento sério e levado à risca, remédios que não se vendem em farmácias e, o mais importante, uma boa dose de ajuda para se readaptar ao mundo.

Sei um mantra ótimo, costuma ajudar na cura se repetido todas as manhãs, logo ao se levantar da cama. Passo sem cobrar consulta:
_Só por hoje, Senhor, tentarei não falar nem mentiras nem verdades da vida dos meus companheiros de jornada, mesmo daqueles com os quais não vou com a cara e nem com o resto, mesmo dos que não me são simpáticos por motivos diversos... Só por hoje, Senhor!