sábado, 15 de fevereiro de 2014

MANUAL PRÁTICO DE UM ELEITOR



1) PENSE

Use a cabeça para o fim que se destina. Nada de comprar chapéu de sol, experimentar penteados, usar o corte da moda nos cabelos sedosos.

1-A) Pense em cada provável candidato, abra informações sobre ele onde der e tiver, estude a vida pregressa, saiba tanto dele quanto sabe da vida do vizinho antipático que se engalfinha com a mulher em memoráveis escândalos. Cuidado especial com os que muito prometem, com os que não tem ganha pão oficial e vivem pendurados em cargos políticos desde a idade média, e com os que tem olho de sanpaku [é com n mesmo antes do p, não me perguntem porque, porque quando não sei, confesso e passo vergonha!]

1-B) Compare candidatos como compara preços nos supermercados da vida. Não compre gato por lebre. As vezes o queijo mofado é de melhor gosto que o branquelo de Minas. Desce melhor pela goela abaixo e não dá piriri nos dias subsequentes.

1-C) Não acredite em tudo o que ouve, mas desconfie, o povo aumenta, mas não inventa todo o enredo. Fazer novela é criatividade de canais de televisão que calam a boca quando o assunto é espinhento e nos deixam à deriva, sem informações séria, brincam de cachorro morto. O povo não, que esse não é bobo, só finge que é pra viver sem levar cascudo.  A voz do povo é a voz de quem escutou o galo cantar, só não sabe onde.

1-D) E ainda no item pensamento, tire umas horinhas por dia pra se questionar porque cargas d'água tantos querem tanto um carguinho cheio de pepinos pra descascar.  Uma função onde o que mais se escuta é oposição metendo a lenha no couro do proponente. Estranho isso,  então pense, pense e pense mais um 'cadinho até achar a resposta certa. Questão difícil, e a prova nem é múltipla escolha, é discursiva, meu filho!

2) OLHE

2-A) Olhe com cuidado o resultado da última gestão de cada um em cada área, caso eles já tenham dado contribuição ao solo pátrio.

2-B) Ponha os óculos e examine situações, não se avexe que isso é normal, ninguém, ainda, vai lhe perguntar porque está com o nariz, e os olhos, metido onde não foi chamado. Vão até lhe mostrar algumas coisinhas agradáveis de se ver, e aí desconfie e xerete mais, aposto que você acha o túnel, se com luz no fim não sei, mas está lá, é só ter competência xeretatória e ir em frente.

2-C) Olhe qual foi o mais mão aberta em causa própria. O que foi o mais maquiador de estradas que se desmancham como papel no primeiro chuvisco de verão. O que socorreu a população quando o morro desceu com barraco e tudo e construiu, de verdade, casas populares que não trincam antes de acabadas. O que foi o mais 'tô nem aí'  e vou mais é administrar lá da minha mansão na praia, ou em resorts na Bahia, que lá também é bom. O que gosta de viver com a cabeça nas nuvens, e tem avião particular com direito a carona pra turma que lhe acompanha nas andanças governatórias. Helicóptero também não é muito bom, faz o sujeito ficar sonhando com o dia que tiver o avião do outro, gera atritos demais, muita maledicência, um fica jogando a culpa de tudo no adversário e arrisca você ficar doido no meio do tiroteio verbal. 

2-D) Mas já que você, caro eleitor, vai ter que escolher, então olhe com olhos de ver. Nada de leitura dinâmica, tome tenência e deixe a preguiça de lado, faça uma leitura apurada e real dos fatos.

Como esse manual tem pra lá de 500 páginas, sem ilustração, deixo os dois primeiros tópicos por achar que já dá pra quebrar o galho e alertar :
Vai votar?
Então se liga, rapaziada, pois votar não é pra principiantes. E não estou falando de idade, estou falando de qualidade e discernimento.
Talvez eu disponibilize o manual inteiro um dia, se meu tempo nesse plano permitir e os ares estiverem frescos, pois com esse calor todo os ânimos ficam acirrados   e posso levar uma leitura dinâmica pelas fuças.
Boa sorte na peneirada. Ouro, ouro mesmo, não acharão, mas quem sabe um olho de falcão, pedra conhecida como mensageira dos deuses, não cai dum céu de brigadeiro só pra nos engordar mais um pouquinho?
O negócio é perseverar. Desistir é pros fracos, somos gigantes, adormecidos como canta nosso Hino. Corramos atrás que o despertar pode estar nos esperando na esquina.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

QUERIA UM FINAL FELIZ, E COMO!


Tudo vai de mal a pior.
Querem cobrar o que acham justo por um transporte público de péssima qualidade.
O justo seria se fosse gratuito, e ainda seria caro demais pro sofrimento de um povo que se aperta dentro de fornos chamados ônibus, ou trem, sem lugar pra descansar os dois pés no chão, pois sentado só para os fortes, que invadem no desespero, esquecem a fila, os idosos, as gestantes, não por maldade ou covardia, eles também estão cansados do descaso.
Sou a favor de passagens dentro da realidade. Transporte de primeira linha, preço de primeira linha. Transporte sucateado, preços sucateados, ora bolas!
Impossível que não se visse esse quadro sendo desenhado lá atrás, quando pararam de fazer manutenção e investimentos nas ferrovias. Meio menos poluente e mais racional, solução dos problemas de locomoção caso tivessem tido o tino de não deixar que a deterioração tomasse conta geral.
Consertar erros de várias gestões custa muito caro, manter as coisas nos eixos fiscalizando e resolvendo os problemas rapidamente, quando eles aparecem, é o mais certo, mas aí sai dinheirinho dos cofres que querem lucro enorme a todo o custo. Mesmo que esse custo seja o nosso desconforto, o nosso estresse, a nossa vida. Afinal somos 'o povo' e pra que serve mesmo o povo?
Respondo eu.
Para votar, só pra isso. 
Pra dar emprego a essa gente que ri do nosso desespero, que nos responde e trata com grosseria, que perde a delicadeza frente ao seu empregador e patrão [o povo, eu e vocês],
mas é de uma fala mansa diferente quando se trata de dar a cara publicamente em rede de TV. Nem parecem os mesmos que nos espremem até a última gota.
Salários pagos com nosso dinheiro, melhorias que deveriam estar em andamento também com nosso dinheiro. 
O primeiro eles não esquecem, mas o segundo item virou supérfluo, afinal somos apenas 'o povo',  votamos de quatro em quatro anos, somos memórias curtas no entender de quem pede voto. E é nisso que eles se fiam, se agarram e tecem suas manobras.
Não são de todos maus, como diria um técnico e pitaqueiro da área, portugues, tão sofrido como nós, os brasileiros, são apenas crianças brincando de poder. Deixe-os brincar em paz que um dia, talvez, cresçam e cansem.
Vou além, são pessoas que [a maioria]  tiveram o que bem entenderam na infância, vontades feitas, desejos realizados antes até de serem expostos. Continuaram birrentos pela vida a fora.
Exemplo: 
_Não aumenta a passagem, os serviços são péssimos, a população não aguenta mais tanta covardia no lombo, está cansada dessa brincadeira onde ela sempre perde o jogo. 
_ Não calo a boca, e aumento mesmo, quem manda aqui sou eu!
Foi mais ou menos por aí, suponho eu que não sou especialista em área nenhuma.

E se estou escrevendo isso é por pura pena de mim, de todos que amo, de todos que me amam e de quem não me ama também. Pena do povo, principalmente das crianças que estão assistindo isso no risco de até achar normal ser vilipendiado, maltratado. Serão adultos com autoestima no pé, aprenderão o 'sim senhor, sim senhora' e o triste abaixar de cabeça.
Enquanto isso, do outro lado, a minoria satisfeita, que concentra no bolso o honroso título de classe A,  finge com sorrisos que tudo vai bem e que nós daqui estamos caminhando para lá, talvez até acredite e nos faça acreditar também, pois mentira muito contada vira verdade em cabeças como as nossas, que nem querem mais pensar para não explodir.
Serão os que nos comboiarão amanhã?
Talvez não esteja aqui pra ver a derrocada, o final dessa história, não sou tão nova em cronologia, sou nova de mente, essa arejada e levada todo dia pra tomar a fresca. Só espero que seja um final feliz, tão feliz quanto o das histórias que contava para as crianças desfavorecidas de pais com carteiras abonadas.
E ainda espero mais uma coisinha, que apareça mais e mais contadores para essas crianças, assim talvez as salve desse quadro caótico, as resgate da mesmice e do sofrimento carimbado. engolido, e levado na bagagem como parte que lhes cabe, quando na verdade todas só merecem respeito, direitos, pais saudáveis de cabeça e corpo, saúde, educação, transporte digno a preço justo e amor, muito amor.
Isso não é um texto político, é um texto de quem já viu muita coisa, boa e ruim, e agora anda vendo o lado mais triste ganhando feio essa batalha.