sábado, 13 de abril de 2013

SERÁ O APOCALIPSE?



Estamos entrando num mundo novo, e, por novo, desconhecido e amedrontador.
Vejo coisas, ouço coisas, sinto medo, mas não quero me esconder nas cobertas da cama pra toda a eternidade.
E o que é o meu pavor para as mentes sem limites que planejam nosso futuro?
Sim, se a gente teimar em pagar pra ver e continuar vivo, este futuro tenebroso será nosso também!
Cada dia menos um "isso pode" e mais um "isso não pode".
Cada vez mais aumenta o bloco dos intolerantes em todos os campos.
Tomaram de assalto as esquinas da vida e ocuparam todo o espaço cedido pelos nossos pés recolhidos

Os preconceituosos, na surdina da calúnia, tentando descalçar reputações para dominar melhor o quinhão já abocanhado.
Irmão contra irmão. Credo contra credo. Cor contra cor. Raça contra raça.
A turma dos perfeitos contra os "diferentes".
A diversidade apedrejada por cada um que acha a sua verdade a única e inquestionável.
Não é confesso, é tudo feito as escuras!
O ato do desamor e da segregação é solitário e escondido em almas e mentes que se acham "superiores e poderosas".
A intolerância escapa pelas beiradinhas, quando tentamos abafá-la ela se retrai, se apaga temporariamente como arquivo morto, pra ressurgir à frente, imbuída de mais força e mais comandados!
E segue a legião de zumbis atrás dos líderes desta insânia.
As feras começaram a mostrar os dentes!

E eu me sinto tão criança, tão desprotegida, apesar da idade estar avançando rápido e me engolindo no tempo que não empaca nem pra respirar, corre maratona feito louco.
Não sei me defender e choramingo com medo do bicho-papão moderno e sua corriola de terrores noturnos, os monstros que moram atrás das cortinas e se aproveitam do silêncio das madrugadas pra pegar quem não dormir.

A internet joga fatos e boatos, como uma doida sem camisa de força, nada pode deter seu poder de noticiar, propagar ou inventar, afinal moram homens dentro dela.
Não entende que nossas modestas cabeças não conseguem digerir tanta informação estranha, caindo como raios riscantes sobre o cérebro já embotado pelo terror do que ainda pode vir.

E os jornais se tornam ameaças reais:
Abro ou não abro? Leio ou não leio?
Com que notícia hoje eles farão da minha insônia uma tensa e dolorida corrida de pensamentos desencontrados?
Assino quais manifestos?
Participo, ou não, de passeatas?
Rezo ou tremo frente a tantas novidades tortuosas?
Choro por mim ou por eles?
Quem vai ouvir meus pedidos de que seja só um pesadelo, e vai me acordar num solavanco salvador?
Fico ou desço do mundo?

Quando invadirem minha cabeça com o bendito apagador de memória, elevarei a última prece que restará registrada e agradecei por estar me tornando mais uma na fila dos sorridentes vazios.
In nomine Patris, et Filii et Spiritus Sancti. Amen.

[elza fraga]

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