sexta-feira, 8 de março de 2013

TODOS OS DIAS SÃO NOSSOS


 

[Que a gente consiga administrar o tempo, porque ser mulher é dolorido, mas é doce e gratificante quando se organiza as prioridades]

O mundo progrediu... A mulher foi de carona?
Ou conquistou no braço, no suor, na marra, seu quinhão de independência?
E que independência seria esta?
Existe mesmo esta talzinha de que tanto falam, mas que, quem mora dentro de um corpo de mulher, procura, procura, e fica a ver navios?
É fato: Mulher em mesmo cargo que homem, mesmo tendo maior escolaridade, ganha 30% menos que ele. E aí entra a independência e a liberdade de poder chiar a vontade.
Mulher ainda tem tripla jornada: Profissional, mãe e doméstica.
Mulher, mesmo tendo que tomar decisões amadurecidas e sensatas, tem que ser jovial.
É essencial que não perca a ternura da menina, que não deixe a mostra a raiz grisalha, que não engorde, que tenha a palavra certa para manter a paz do lar, que assuma seu ofício sem reclamar.
Mas que ofício é esse que esconde tantos?
Mulher é mil e uma utilidades?
A violência contra a mulher aumentou? Ou é reflexo da liberdade de reclamar, a mulher perdeu o medo e agora aponta o dedo pro algoz e este fato alterou as estatísticas?
Ou diminuiu? Mas como se ainda vejo mulheres amigas inteiramente submissas, falando baixo na hora do futebol do seu macho? É respeito, medo ou mistura dos dois?
Muitas vivem assustadas com que humor ele pode chegar da labuta, mas, vindas também da luta, obrigadas a dar o seu melhor.
Afinal família come, e quem é responsável pelo jantar, trabalhe fora de casa ou não?
Não é que ser mulher seja difícil, não! Ser mulher é quase impossível.
A sociedade moderna ao nos abrir portas, nos tributou com encargos pesados demais, nos fez acumular onde era pra trocar.
Nada contra homens em geral, até gosto, sério!
Mas já passou da hora da avaliação, com propriedade e boa vontade, do que realmente a mulher ganhou [ou perdeu].
Fechar as contas no vermelho já é normal, temos que partir pra contabilidade mais confiável, puxar dados, fechar dentro do nosso orçamento/alma.
Começar a distribuir tarefas para as várias mulheres que moram dentro da mesma casca.
E a primeira, de cara, é dura, é descascar o abacaxi mais espinhento que já vimos.
Homem é diferente na anatomia. Talvez na maneira de pensar também, mas quem pode mudar isso?
A mulher! Como educadora, criando seus filhos como iguais, respeitando as diferenças e incentivando a igualdade.
Depois partir pra segunda, não somos super em nada, ou vamos a luta atrás de dinheiro ou vamos ser domésticas. Escolha.
Se optou pela primeira não abra mão de estar com os filhos e o companheiro, eduque com pulso firme, mas doce.
Mas tenha lazer e não tarefa e obrigação, terceirize seu lado doméstico, dê responsabilidades a quem divide o mesmo espaço. Não se deixe domesticar pra fazer tudo no automático porque algo vai ficar incompleto.
E a terceira é apenas um conselho:
Perca o medo!
O medo de não ser boa o suficiente. O medo de dar pouco tempo pros agregados. O medo da maturidade. O medo de falar o que sente. O medo de ser você mesmo, sem máscaras. O medo de levar desaforo pra casa. O medo de deixar de ser a "mulherzinha" cheirosa. O medo dos filhos, sim, mulher tem medo de filho, de opinião de filho. O medo de viver com as rédeas soltas.
Esqueça todos estes medos, levante o nariz, faça só o que sua estrutura aguenta, porque o dia que acordarem com a casa no maior caos, a comida fora da mesa, a organizadora fora do ângulo de visão [sempre deixe um bilhete na geladeira, funciona que é uma beleza: "Fui ali fora ver a vida passar em ritmo mais lento!" ];
a família, com certeza, vai entender o recado, fazer o mutirão e colocar tudo ajeitadinho.
Agora, se você é uma das poucas com o privilégio de ter um suporte vinte e quatro horas por dia, em forma de arrumadeira, cozinheira, governanta, relaxe... Este texto tem zero por cento de chance de ser pra você.

[elza fraga]

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