sábado, 22 de maio de 2010

ESTRANHAS COMPANHIAS

Cada vez que ele partia ela perdia o olho lá longe, onde a estrada encontrava o céu, mas ele sempre voltava, cheio de histórias de mundos distantes,  de palavras que ela nunca tinha ouvido, cheiros estranhos
Na última vez ela ainda pediu pra ele ficar, alguma coisa dentro do peito dela tocou um sino diferente de aviso, ele não deu ouvidos.
Nem a ela e nem ao sino
E quando ela olhava pro infinito, bem mesmo no encontro da estrada com o céu, ele sumiu
pra sempre
E ela nem sabe quanto tempo faz que o olho na estrada e o toque do sino não a largam mais.

(Elza Fraga)

2 comentários:

  1. Esperar para sempre cansa, imagino bem esse olhar grudado no infinito.

    Lindo, Elza, de tocar fundo!

    Beijo.

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  2. Oi, Larinha,
    estranho é que todos, sem tirar nem por, rsrs, partem um dia.
    Esperta é a que parte antes, deixa o vácuo no
    lugar, dá o troco, mesmo sem ter tido o ônus, rs.
    Brigadim pela visitinha, vc é um doce de poeta!

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