sábado, 24 de abril de 2010

LUA CHEIA

Abriu a porta pra lua, deixou que ela se refletisse por inteira na parede mal caiada,
sentou-se a mesa, a solidão doendo como faca enfiada e girada dentro do peito.
Era a única companhia de todas estas noites.
Pena que tão calada, só escutava suas queixas.

Puxou os dois pratos, um pedaço de pão dentro de cada.
Deixou que a lua  se servisse primeiro e ela ali, só olhando, muda.
Pensou lá com seus botões que a lua estava sem fome esta noite.

E foi só então que ele percebeu o tamanho da sua distração,
era lua cheia!

(Elza Fraga) 

2 comentários:

  1. Lindíssimo, querida. Estou sempre acompanhando tudo seu, poemas, contos... vc escreve de uma forma que vicia.

    Beijo!

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  2. Oi, querida, brigadim, este acabou de sair do forno agora, igualzinho o pão que a lua dispensou, rsrsrs
    Bitokitas, Larinha!!!

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