quarta-feira, 28 de abril de 2010

A CHAVE DA MENTE

Ele pensou, pensou, pensou até conseguir desconectar dentro da
cabeça alguma peça importante.
Pronto, conseguira desligar as palavras, marteladores de cérebros.

O mal e o bem que habitavam juntos anteriormente, numa boa,
mudaram de endereço.
Ele nem sabia pra onde. Aliás, ele não sabia mais de nada.
Não sabia se existiam nomes, endereços telefones.

Daqui pra frente só novidades, mas, esperto, ele escaparia delas,
não cairia em armadilhas.

E foi tão fácil, foi só atarraxar aquele sorriso bobo na cara assim que
desalojou, pra sempre as palavras.
Este era o segredo, a fechadura da mente.
Nada de chave, nada de cadeado, nunca mais que se abriria.

Sem, rumo, sem prumo, sem dores, só cores e cheiros.

Pena que se esqueceu de anotar a fórmula antes do final do processo,
me condenando a ficar com este zumbido duplo de pensamentos
desencontrados,
sem nunca saber ao certo quando são os meus,

quando são os dele.

(Elza Fraga)

2 comentários:

  1. =)

    Elzita, querida, devaneio dos bons, mesmo que faça pensar demais.

    Beijo!

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  2. Larinha, minha querida
    Eu Tô desatarraxando os pensamentos, rsrs, tentei pegar a fórmula, mas consegui foi pensamento duplo,
    agora penso por dois, rsrsr. E isso dá uma dor de cabeça danada!

    Bitokitas procê e noite de paz.

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