quarta-feira, 23 de novembro de 2016

DEPOIS DO SUSTO A BONANÇA


Agora serei para sempre politicamente incorreta.
Quero da vida só o lado divertido. Aquele ladinho que faz cócegas nos flancos, se é que me entendem, que causa frisson, que faz a alma gritar ‘up’ no susto do arrepio.
Nada mais de comportamento pra tirar um dez, ou um A com louvor.
Prefiro o fundo da sala, a turma dos que não estão nem aí pra compromisso. O lado leve, e solto, e desvinculado do bom senso, e urgente em pandegas e risadas, e zombeteiro. O lado que sabe o quanto a vida é breve pra se ser sério, e pentelho, e chato, e cobrador, e arrumadinho como jogo de tabuleiro antes do começo da partida. Esse é o meu grupo, a minha turma, a minha tribo, a classe dos jogadores que gostam da partida do meio pro fim, e sabem saborear esse pedaço que muitos querem longe.
Não sou de começos, sou de urgências! Não sou de anuências, sou de desafios! Não sou de racionalidade, sou de loucuras sadias!
E sigo nessa estrada maluca, girando feito carrossel sem controle, subindo e descendo mais que roda-gigante, virando ponta cabeça como montanha russa e me assustando com as quinas do tempo igualzinho trem fantasma.
Não sei muito bem em que porto chegarei, nem quando, mas sei que ancorarei em alguma estrela com o maior sorriso de beatitude que já se conseguiu nesse mundo, porque minha carta de navegação é ousada, está desenhadinha com todas as setas, coordenadas, latitudes e longitudes, só que agora, perdón, entreguei o comando ao piloto automático, me recuso a segurar o manche.
E sigo sem responsabilidade, sem saber quantas horas restam de autonomia, sem me preocupar em ler meu mapa de navegação, principalmente o pedaço que ensina a fugir de turbulências, zonas de rodamoinhos, e buracos negros.
Vou e voo. Desço e plano. Navego, submarino, em águas profundas, se o céu não me quiser.
Se me estabacar em solo duro podem me deixar no chão, não me recolham os cacos... eu rastejo, faço um parto de novas asas, reaprendo a voar. Só não sei se me reinvento de fada ou de bruxa, mas o retorno é sempre certo. Sou muito boa em finais felizes. Sempre fui.
#ViverÉMelhorQueSonhar
[elza fraga]
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