sábado, 23 de julho de 2016

VIVER É LEVE, PESADA SOU EU.


Quando o fio / quase arrebenta / eu sorrio / para dentro / e me repreendo/ calma / que esse tranco / a alma aguenta.  ([elza fraga)
Viver é um ato que independe da gente, nascemos e estamos aqui, sem retrocessos para consertar buracos deixados pelo vento.
Quanto ao caminho, ah... esse é de nossa escolha, o fazemos com os passos, firmes ou nem tanto, mas a construção é nossa.
Se posso caminhar, vagarosamente, olhando a beirada da estrada, as flores no jardim, pulando as pedras que me interceptam a caminhada, por que pesarei o passo?
Alguns confundem leveza com tolice, falta de compromisso com a vida, emburrecimento - me acham oca? Talvez.
Não sou!
Viver independe da gente - certo - mas a construção do ser que somos é tarefa nossa, e apenas nossa.
Não é viver como fio solto, rindo até de batida de avião. É viver com a alma leve, sorrindo das peripécias do caminho. Tudo tem seu lado bom, tudo tem seu lado de aprendizado, tudo tem seu lado engraçado.
E vou leve, por mais que me achem sem conteúdo eu sei que o tenho. Aprendendo com a vida e com as pessoas, com a caminhada e com a espiritualidade, com o amor e com o desprezo.
Aprender é só acumulo de informação, é se preencher de conhecimento. Agora, viver é se preencher de sol, de céu, de sorrisos internos, de energia vinda da fonte, de natureza!
Por que iria colocar vinte pedras em uma mochila e sair por aí, carregando o peso extra, se posso deixar até a mochila em casa?
Viver não é uma prisão fechada dentro de conceitos, viver é a liberdade de respirar o ar que quero, onde bem entender, e, mesmo se a dor doer mais do que deve, saber que posso controlá-la, dominá-la, entendê-la e aceitá-la, como ela é, provisória como a vida.
Tudo passa, nós passaremos também, então que seja ouvindo a sinfonia dos pássaros e não o canto rude dos trovões.
[elza fraga]

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