sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

QUERIA UM FINAL FELIZ, E COMO!


Tudo vai de mal a pior.
Querem cobrar o que acham justo por um transporte público de péssima qualidade.
O justo seria se fosse gratuito, e ainda seria caro demais pro sofrimento de um povo que se aperta dentro de fornos chamados ônibus, ou trem, sem lugar pra descansar os dois pés no chão, pois sentado só para os fortes, que invadem no desespero, esquecem a fila, os idosos, as gestantes, não por maldade ou covardia, eles também estão cansados do descaso.
Sou a favor de passagens dentro da realidade. Transporte de primeira linha, preço de primeira linha. Transporte sucateado, preços sucateados, ora bolas!
Impossível que não se visse esse quadro sendo desenhado lá atrás, quando pararam de fazer manutenção e investimentos nas ferrovias. Meio menos poluente e mais racional, solução dos problemas de locomoção caso tivessem tido o tino de não deixar que a deterioração tomasse conta geral.
Consertar erros de várias gestões custa muito caro, manter as coisas nos eixos fiscalizando e resolvendo os problemas rapidamente, quando eles aparecem, é o mais certo, mas aí sai dinheirinho dos cofres que querem lucro enorme a todo o custo. Mesmo que esse custo seja o nosso desconforto, o nosso estresse, a nossa vida. Afinal somos 'o povo' e pra que serve mesmo o povo?
Respondo eu.
Para votar, só pra isso. 
Pra dar emprego a essa gente que ri do nosso desespero, que nos responde e trata com grosseria, que perde a delicadeza frente ao seu empregador e patrão [o povo, eu e vocês],
mas é de uma fala mansa diferente quando se trata de dar a cara publicamente em rede de TV. Nem parecem os mesmos que nos espremem até a última gota.
Salários pagos com nosso dinheiro, melhorias que deveriam estar em andamento também com nosso dinheiro. 
O primeiro eles não esquecem, mas o segundo item virou supérfluo, afinal somos apenas 'o povo',  votamos de quatro em quatro anos, somos memórias curtas no entender de quem pede voto. E é nisso que eles se fiam, se agarram e tecem suas manobras.
Não são de todos maus, como diria um técnico e pitaqueiro da área, portugues, tão sofrido como nós, os brasileiros, são apenas crianças brincando de poder. Deixe-os brincar em paz que um dia, talvez, cresçam e cansem.
Vou além, são pessoas que [a maioria]  tiveram o que bem entenderam na infância, vontades feitas, desejos realizados antes até de serem expostos. Continuaram birrentos pela vida a fora.
Exemplo: 
_Não aumenta a passagem, os serviços são péssimos, a população não aguenta mais tanta covardia no lombo, está cansada dessa brincadeira onde ela sempre perde o jogo. 
_ Não calo a boca, e aumento mesmo, quem manda aqui sou eu!
Foi mais ou menos por aí, suponho eu que não sou especialista em área nenhuma.

E se estou escrevendo isso é por pura pena de mim, de todos que amo, de todos que me amam e de quem não me ama também. Pena do povo, principalmente das crianças que estão assistindo isso no risco de até achar normal ser vilipendiado, maltratado. Serão adultos com autoestima no pé, aprenderão o 'sim senhor, sim senhora' e o triste abaixar de cabeça.
Enquanto isso, do outro lado, a minoria satisfeita, que concentra no bolso o honroso título de classe A,  finge com sorrisos que tudo vai bem e que nós daqui estamos caminhando para lá, talvez até acredite e nos faça acreditar também, pois mentira muito contada vira verdade em cabeças como as nossas, que nem querem mais pensar para não explodir.
Serão os que nos comboiarão amanhã?
Talvez não esteja aqui pra ver a derrocada, o final dessa história, não sou tão nova em cronologia, sou nova de mente, essa arejada e levada todo dia pra tomar a fresca. Só espero que seja um final feliz, tão feliz quanto o das histórias que contava para as crianças desfavorecidas de pais com carteiras abonadas.
E ainda espero mais uma coisinha, que apareça mais e mais contadores para essas crianças, assim talvez as salve desse quadro caótico, as resgate da mesmice e do sofrimento carimbado. engolido, e levado na bagagem como parte que lhes cabe, quando na verdade todas só merecem respeito, direitos, pais saudáveis de cabeça e corpo, saúde, educação, transporte digno a preço justo e amor, muito amor.
Isso não é um texto político, é um texto de quem já viu muita coisa, boa e ruim, e agora anda vendo o lado mais triste ganhando feio essa batalha.

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