quarta-feira, 20 de março de 2013

ERA UMA VEZ... A LUA


 

[Uma pequena contribuição para o Dia Internacional do Contador de História -- 20 de março]

Era uma vez...
Um lugar distante onde só morava a lua, não tinha habitante. Todas as noites descia pelo céu aquela moça branca e nua, atravessava toda a rua sem asfalto lá do espaço, se mirava em todas as lagoas, brincava com as águas riscando com seus raios. Sonhava com o dia em que chegassem os sapos, ao menos os sapos, pensava distraida...
Um belo dia chegou uma grande comitiva em seus cavalos alados, pedido atendido, mandaram não só sapos, mandaram os humanos, seus ódios, suas crias...
E a lua, escondida, suspirou num desabafo: Nem precisava tanto...
E até hoje quando ela vê discórdia se esconde entre as nuvens. As vezes se transforma, vira minguante de tristeza. Crescente quando sente que tem criança perto. Quando vê sorrisos e abraços, fica cheia pra participar da festa da alegria. E quando vê muita maldade fica nova pra resgatar a pureza perdida... Coitadinha da lua que se vira em quatro pra tentar agradar a todo o planeta, afinal, lembra ela, quem foi que pediu tanto pra ter companhia?...
Ela não me contou ainda, mas -acho eu- que até se arrependeu.

[elza fraga]

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